sexta-feira, 27 de junho de 2008

Love Travels At Illegal Speeds


Adoro a sensação de viajar, olhar pela janela e ver a estrada, as árvores passando rápido, paisagens serenas, muito verde, caminhoes indo e vindo, céu azul, da uma sensação de novo começo, reflexão, tudo passa pela cabeça, passado, presente e futuro. Parece que quando estou na estrada tudo é tão simples, tão fácil de resolver, viajar é uma terapia, um reset. Sem contar o momento que chego no destino, todo aquele ar de fora de casa, coisas novas, aquele pensamento "finalmente livre daquele lugar", mas duvido quem não pensa na cidade natal, casa, pelo menos duas vezes por hora! Eu penso muito! Posso reclamar da cidade, falar mal da maioria do povo, olhar para minha vida aqui e perder o apetite, mas não esqueço daqui nunca, ninguém esquece. E o mais pátetico, pátetico e fofo digamos assim, é que tenho a mania de tentar achar na multidão as pessoas que fazem parte da minha vida, mesmo sabendo que não tem a menor chance de encontra-las, eu fico ali olhando e lembrando, rostos semelhantes, jeito de andar, roupas, qualquer coisa lembra alguém que ficou mas veio comigo em mente, fico ali buscando achar a pessoa lá, e na minha mente sonhadora já começa todo um filme, coisas que faríamos, gestos, brincadeiras, risos, como o sabor do lugar seria diferente com essa pessoa(as), e tenho certeza que muita gente é assim! E tem a outra parte, voltar embora, chegar em casa, ver minhas coisas, a segurança do meu universo, deitar e ligar a musica que me alimenta no momento, isso é a finalização do ritual de viagem, pelo menos para mim. Viajar é uma das melhores sensações que já experimentei, e viajar com as pessoas que amamos, todos os tipos de amor, multiplica isso por mil.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ser ou Ter, eis a questão Jão


Devo ser ou devo ter? Nos dias atuais, qual desses dois caminhos devo seguir para me tornar uma pessoa melhor? É difícil achar a resposta para essa pergunta, ainda mais vivendo em uma sociedade capitalista, onde a imagem vale mais que mil palavras. Deixando para trás todos os acontecimentos que a humanidade presenciou até os dias atuais, Fixando nosso pensamento apenas no hoje, o que vemos? Uma sociedade cada dia mais hipócrita e capitalista, uma juventude cada dia mais fútil e alienada, o sentimento de poder esmagando os outros sentimentos, isso mesmo, o sentimento de poder é a chave do capitalismo, é a ferida que ele cura. Eu posso ter isso, eu devo ter isso, eu sou isso (!). A moral casada com o capitalismo, que abraçou as religiões, cristianismo consumista, depois desse comentário serei queimado em praça publica, ainda mais morando onde moro. E o que vemos, um amontoado de marionetes sem personalidade, que se movem ao bel prazer das industrias durante a semana, e tem seu cano de escape na moral de rebanho nos fins de semana. O mais revoltante é que tudo isso está atacando cada vez mais aqueles que deveriam lutar contra isso, a juventude esclarecida, classe média, ou que pelo menos deveria ser esclarida. Vemos jovens comprando mais, super estimando a estética, deixando de formar sua personalidade e seguindo aquilo que é imposto, sem ao menos perguntar por quê? A falta de ideais, ausência de atitude, a conscientização sendo trocada por um tênis de marca e a cara lotada de piercing, novos carros, novas roupas, sex and drugs all night, tudo isso faz com que década de 80, que para muitos foi considerada a década perdida, seja vista como revolucionaria se comparada aos dias atuais. O ter venceu o ser, pensar é coisa do passado, o que realmente importa hoje em dia são as morais estéticas que vemos por ai. Muita imagem, e conteúdo zero. O sentimento morreu, ou melhor, o capital pagou para algum carrasco mata-lo. E o que sobrou? Imagem, futilidades, valores estéticos, status e poder. Pobre daqueles que ainda valorizam o conteúdo, atitude, consciência, sentimentos, arte, vivem solitários, a margem dessa juventude aparência. Esses jovens $.$ são como macacos no circo, você da uma banana pra eles, e eles se mexem, se assustam e respeitam o domador na sua frente, sem ao menos se questionarem, e nem se passa pelas suas cabeças em dizer não ao domador, para que? Minha banana está aqui todo dia, e nos fins de semana me arrependo de todo mal (!) que fiz, pedindo perdão ao King Kong, aproveitam e pedem mais bananas para ele, porque acham que merecem. Mas esquecem de por em pratica aquilo que seguem aos domingos, esquecendo que a floresta é selvagem, e vários macacos passam fome, não tem oportunidades, não conseguem chegar em galho algum, é uma das bases do seu dogma, me corrijam se estiver errado, ajudar uns aos outros. Mas a alienação é tanta que esqueceram disso, ou fingem que não sabem, dai a única esperança de reviver o sentimento, o conteúdo, o verdadeiro sentido de ser humano, vai por água abaixo. Enfim, se me perguntam hoje, se devo ser ou devo ter, minha resposta com toda certeza é DEVO TER, porque se o bigodudo niilista disse à 100 anos atrás que Deus está morto e nós matamos ele, o seco esquelético diz hoje, o sentimento está morto, e nós com a ajuda do capitalismo, matamos ele.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

É a vida Jão


Dias difíceis Jão, mas sem perder o bom humor, porque a esperança já foi faz tempo. O tempo passando, as pessoas mudando, os amigos finalmente se encontrando, os amores adormecidos de vez em quando resmungam algo durante o sono, as paixões novas aparecem, somem, reaparecem, voltam intensas em outras faces e sorrisos, mas nada se torna algo que consiga acreditar e fazer valer a pena. Acho que isso que eu quero, algo que eu veja que faça valer a pena, desabafo mesmo, tanto no campo coração quebrado da porra, quanto na vida social, se é que tenho. O seriado teve seu auge nos últimos três anos, e essa temporada está sendo demasiada estranha, coisas que nunca acreditei que aconteceriam estão surgindo, roteirista da nossa vida conheceu a maconha, está exagerando no bacon, finalmente largou do vídeo game e arranjou um namorada, e mecheu com o seriado. Depois da fase das crises existenciais, conflitos com ego, vem a parte onde se tornamos chatos, chatos para nós mesmos. Porra meu, sair à noite e voltar antes da meia noite é muito "old old school", quando irão começar os churrascos de domingo no almoço, todo mundo chegando com cerveja e maionese, carro novo, casa própria, vida adulta. E os assuntos serão sempre os quais? Esses que foram os melhores anos das nossas vidas, tem muita coisa pra se contar, muita coisa idiota mesmo, por que você não gosta do Jô Soares? Cara como essa rua é reta! Hi Bogus, I want to play a game! Sai do PC! Vai com o Ryu que eu vou com Ken! Da e chupa pro Fogaça! E Julianão! Foram tantos diálogos idiotas, tantas girias inventadas, negão tunado, to susse, ih, padawan, pokebola, decepção do hardcore, especial da letra, recuperar meu HP, conte otra, porra é muita coisa. Vivemos muita coisa, se formou um laço muito forte, inesplicável, mas que agradeço todo dia, porque me sinto privilegiado por ter feito parte, e fazer ainda mesmo que esporadicamente agora, não posso reclamar de solidão nem nada, posso passar a imagem pra fazer um certo charme, mas na realidade, tive a melhor companhia de todos, tivemos a melhor companhia de todos, enfim, nada foi em vão.
Tomara que continue, mas independente disso, valeu a pena pra caralho, posso dizer de boca cheia, fiz parte do grupo de amigos mais legal de telêmaco borba, na história de todos os tempos.

domingo, 22 de junho de 2008

Eu, que me vejo singular




eu ja quis tanto falar tudo, falar sobre tudo, falar sobre sentimentos, sobre pensamentos, sobre música, momentos, filmes e coisas à toa, sobre tudo que eu gostaria de fazer, quando, onde, de saber o que tão pensando, de saber a respeito dos outros, do mundo, de mim. sobre estar só eu sei.
é tão urgente o que sinto. preciso de alguém disposto a ouvir, porque são tantas histórias a contar. alguém disposto a falar porque às vezes eu só quero ver, perceber, ouvir e sentir. preciso de alguém onde eu ache cumplicidade e onde o silêncio não seja constrangedor. alguém que eu não preciso me preocupar se vou ter assuntos suficientes, se vou ter que apelar pra um estoque de besteiras qualquer. preciso de alguém que não minta, que faça da rotina uma aliada divertida, que me dê segurança mesmo sabendo que nada nessa vida é estável. talvez você não compreenda o que eu digo mas compreenda que eu também não compreendo.

Alô, estava dormindo?


Três da manhã e o telefone toca, Coxon se vira na cama com a maior preguiça do mundo, e finge não escutar, mas o infeliz do outro lado da linha não desiste tão facil.
- Puta merda! Quem tem a cara de pau de ligar às 3:00 da manhã na casa dos outros? Será que morreu alguem? Bom, devo atender.
Ele atende o telefone com uma voz nada amigavel, afinal à dias não recebia ligações, nem da sua mãe para saber se estava tudo bem com ele, quando ele ia visita-la e essas tradicionais perguntas de todas as mães.
- Alô.
- Coxon é você?
- Sou sim, quem mais você imaginaria atendendo o telefone de madrugada na minha casa, o Jonh Lennon?
- Credo que mau humor, aqui é o Liam.
- Desculpe, não costumo ter mau humor de madrugada, na realidade não costumo ter nada de madrugada, sempre estou dormindo!
- Estou em um barzinho aqui perto do largo, e adivinha com quem acabei de ter uma conversa de mais ou menos 3 horas?
- Algum vampiro?
- Sem brincadeiras, é sério, encontrei aqui a nossa ex vizinha da época da faculdade, a Judy.
- E você não poderia esperar até amanhã para me contar isso?
- Apenas pensei que você ficaria contente com a noticia, afinal eu me lembro muito bem que você desenvolveu um amor platonico por ela no decorrer dos nossos quatro anos de gloria!
- Me lembro bem, e lembro que fui descobrir o nome dela só no segundo ano, quando puxei a conta de luz do apartamento dela, que o sindico tinha deixado uma ponta da conta para fora.
- Bem isso! Foi uma jogada de mestre!
- Jogada de mestre teria sido perguntar para ela, como somos idiotas na juventude.
- Deixa de desanimo, então ela se formou também, e está trabalhando na sua cidade natal. Está na capital de ferias. Disse que está feliz como profissional, tem um bom emprego, um bom grupo de amigos, mora sozinha e está solteira!
- Que coincidência! Eu me formei, sou mal pago para escrever uma coluna diaria para um jornal de segunda, tenho um ótimo amigo que me acorda de madrugada, pago aluguel e não consigo terminar de completar minha coleção de vinis dos Beatles, como nossas vidas são parecidas!
- Deixa de ser brincalhão Coxon, você tem que conversar com ela, que mulher interesante ela se tornou, ela esteve aqui ano passado no show do Radiohead, disse que nos viu mas não chegou conversar porque tinha muita gente, e estava com seu ex namorado.
- Saudades desse show, que você me fez perder o camarote, ficar longe do palco e pagar quase o dobro do valor real do ingresso a um cambista.
- Tivemos azar, foi apenas isso.
- Um grande azar eu tive de virar seu amigo.
- Ha ha ha ha! Suas piadinhas são mais engraçadas de madrugada. Mas voltando a Judy, chamei ela para sair amanhã de novo, vou leva-la ao museu do olho, depois tomaremos um café ao anoitecer.
- E você me ligou para contar isso?
- Sim, você não achou o maximo ela ter aparecido assim do nada?
Alguns segundos de silencio, uma respiração profunda e Coxon responde.
- Se eu achei o máximo? Meu melhor amigo me acorda de madrugada, me lembra de um amor juvenil que me rendeu no maximo um nome lido em uma conta de luz, e ainda me diz que encontrou ela e vai sair com ela novamente! Achei sim o maximo, vou tirar uma foto da minha cara para congelar esse momento de explendida felicidade!
- Sabia que você ia ficar feliz por mim, que amigo eu tenho ein Coxon, bem vou desligar para que você volte a dormir. Até logo amigão!
- Até logo.
Coxon deita na cama, desliga o abajur e reflete consigo mesmo a maldição de ter um amigo como Liam há tanto tempo.
- Poderia ser pior, poderia ser a vizinha de hoje em dia.

sábado, 21 de junho de 2008

Confidence Cohen


- Sabe quanto mede um Smurff?
- A altura de três maçãs, três maçãs!

Ainda acho que Seth Cohen deveria ter ficado com a Anna, certo que com a Summer rolava a "química", a vontade de sempre estar junto, vontade de cuidar e ser cuidado, aquela sensação de se sentir em casa quando está perto da pessoa, o sentimento nostálgico que bate quando você fica um tempo longe dela e ouve ou algo que lembra ela, sem comentar que quando estão sozinhos parecem duas criancinhas de 8 oito anos falando asneiras e bobeiras, mas são bobeiras tão boas que os olhos brilham na mesma hora. Enfim, mas ainda prefiro a anna, ou as annas =)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

dois barcos


É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar
Será, Morena?
Sobre estar só, eu sei


trecho da musica de Los Hermanos

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Pinga =P


Tem coisas que nós deviamos guardar numa caixinha, pra que elas nunca mudem
"
E eu te guardo em todos os tipos de caixa que se podem existir no mundo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Juno



Então, devemos nos beijar agora?

acho que sim, mas onde vc tá? =/

domingo, 15 de junho de 2008

Parte 2


Como gostava de passear naquela praça aos domingos, tinha até seu banco preferido, e odiava quando chegava lá e aqueles velhinhos haviam chegado primeiro e dominado o banco com assuntos que iam de doenças â URSS. Como gostavam de falar do regime comunista, mas as vertentes agora eram outras, como diria um amigo meu "comunismo is last week". Se identificava com os velhinhos, desejava ter uma terceira idade pacifica, por isso tinha decido parar de fumar quando estivesse perto dos quarenta, tinha garantido mais quinze anos de tabagismo. Quando tinha o banco só para si, sempre levava algum livro e seu inseparável mp3, o banco proporcionava uma visão panorâmica da praça, dava pra ver quase que por inteira, até mesmo do outro lado. Ficar ali lendo era seu passatempo nas manhãs de domingo, o trabalho tinha feito com que se acostumasse a acordar cedo mesmo aos domingos, sentia muita falta da época que trocava literalmente o dia pela noite. Por ali passavam muitas famílias aos domingos de manhã, era caminho da igreja, e se tem um costume que nunca muda na sociedade é ir as missas domingo de manhã. Ficar ali sentado, observando as famílias indo e vindo, tinha um certo gosto amargo, sentia falta de ter uma família, mas optara por não te-la. Toda escolha tem seu preço a ser pago, o preço pago pela escolha dele foi a solidão, mas não se queixava nunca, na realidade nunca pensava no assunto, só aos domingos de manhã, quando observava aquelas pessoas juntas, sempre um homem mais velho e bem vestido, uma mulher de meia idade que corrigia tudo que as crianças faziam, é sempre a mesma cena, mudando apenas os personagens. Sabia desde sempre que não tinha nascido para aquilo, então não tinha nenhum porquê de sentir inveja, mesmo assim, às vezes ela vinha, mas logo afastava-a voltando a prestar atenção no seu livro. Gostava de refletir ali sentado, passou por alguns maus bocados, mas conseguira ter aquilo que sempre desejou, um apartamento simples que desse para acomoda-lo junto com seus livros, cd's, filmes, um emprego razoável, não era aquilo que sonhara ser, mas dava para pagar as contas, e pensando bem é meio perigoso trabalhar naquilo que você tanto deseja e sente prazer, pode cair na monotonia e assim acabar com a paixão, é bom deixar as paixões como hobby e não como trabalho, pelo menos pensava assim. Seu grupo de amigos tinha sofrido algumas alterações desde os tempos áureos, certas escolhas fazem com que as pessoas se afastem umas das outras, mas é sensato pensar se a escolha feita vale realmente o preço a ser pago. Se encontravam as quartas e sábados à noite, grupo de quatro as vezes cinco, bebidas, cigarros, risadas, lembranças, discussões politico-filosóficas, musica, não mudara muita coisa. Tinha aquilo que tanto sonhara, mas mesmo assim o vácuo existencial era presente, mas fazia alguns anos que havia aprendido a conviver com ele, então não fazia menor diferença.
Voltava sempre para casa um pouco antes do meio-dia, chegando no apartamento comia algo, se dirigia ao computador e achava alguma musica variada, Album Leaf era sempre uma das bandas mais tocadas, foi em direção a janela e acendeu seu cigarro, olhou o ponto de ônibus e lembrou do casal de ontem, aquela lembrança de certa forma trouxe uma sensação de enjoo, desviou o olhar e tentou pensar em outra coisa, odiava aquela sensação.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Parte 1


Sábado chuvoso e tedioso, nada como acordar as duas horas da tarde e encher a caneca de café, ir até a janela e observar a chuva caindo. A rua semi deserta, a não ser pelo casal que se esconde em baixo do ponto de ônibus, ele alto e magro, cabelos curtos e jaqueta jeans, ela um pouco mais baixa que ele, morena com cabelos até os ombros, pelo que posso perceber parece ser mais jovem que ele, como manda a regra. Não sei o motivo, mas fico ali parado observando eles, pelos seus gestos de carinho e brincadeiras, mesmo naquela chuva, chego a apostar que estão juntos a pouco tempo, estão vivendo a fase do encantamento, onde tudo aquilo que o outro faz é maguinifico, onde ela ri das piadas sem graça dele, e ele acha divertido a ingenuidade dela perante certos assuntos. Me viro novamente para meu apartamento e percebo que está bem bagunçado, a diarista só quem na sexta, tenho que sobreviver até lá em meio a tantos papeis e jornais espalhados pela casa, tendo me distrair na minha prateleira de livros o único lugar organizado da casa, todos meus exemplares estão separados por autor, puxo um dos meus preferidos A Idade da Razão, deixei marcada a minha passagem preferida dessa obra de arte, abro, leio e recoloco no lugar. Não sei porque mas volto a sondar o casal, agora vejo que eles estão abraçados, ela com cabeça encostada no peito dele enquanto o rapaz fica acariciando o cabelo dela. Começo a imaginar quando aquilo irá acabar, quando os gestos de carinho e afeto entre eles se tornarão raros e incomuns, o dia que as juras de amor irão morrer e todo o mistério desaparer, sobrando apenas uma transparência fria.
Voui até o pc, estava ligado, sempre está ligado, busquei por Mogwai, não sei porque, mais tive uma extrema necessidade de ouvir Mogwai aquele momento, sentei na minha poltrona e comecei a observar minha parede cheia de fotos e posters. A chuva, a musica, o clima e aquele casal que não saia da minha cabeça, sentado ali me vi projectando um futuro para eles, onde o cotidiano aos poucos iria consumir a chama que estava ali tão visível, tão forte mesmo naquela chuva. Mas seria a culpa do cotidiano ou das pessoas? Será que somente amamos aquilo que é novo para nós aquilo que é misterioso, que nos chama a atenção, nos intriga. Enquanto aquilo que passa a fazer parte do dia-a-dia se torna descartável, descartável até perdemos é claro!
Enfim, auto rock acaba de terminar, levanto e me direcciono até a mesinha onde deixei minha carteira de cigarros, se tem algo que não entendo em mim foi o fato de começar a fumar tarde, mas desprezo logo esse pensamento, acendo um deles e ando em direção a janela, o casal não está mais ali, o ônibus deve ter passado. Desisto do casal, volto a pensar em mim, no que farei hoje, no que comer, no beber, Acid Food começa a tocar, vou até a cozinha procurar algo para comer, e contemplar a escolha que eu fiz, da qual o casal abdicou, a escolha de ser livre.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

I Could Be Dreaming


Era um domingo qualquer, aquele domingo quando você acorda mais tarde e toma café com sossego, e esse gosto de domingo, sempre trás aquela lembrança, a mesma lembrança, de quando domingo era o dia escolhido por eles, para aquele passeio com muito verde, céu azul e nuvens, muitas nuvens. Se encontravam sempre no mesmo lugar, na frente da loja que ficava ao lado da lanchonete mais movimentada da cidade. Não sabiam porque, mas aquele lugar tinha se tornado para eles um lugar sagrado, e todos seus encontros eram ali. Ela sempre chegava primeiro, sentava no meio fio e ficava ali esperando, de minuto em minuto ela olhava para a esquina de onde ele sempre vinha. Quando ele dobrava a rua e apontava na frente do ponto de ônibus, ela disfarçava que não estava olhando e começava a brincar com qualquer coisa que estava ali no chão, ele sabia disso e ria sozinho. Logo que chegava perto dela, ele se sentava e colocava as mãos para trás se apoiando na calçada, e falava qualquer coisa idiota, ela adorava as coisas idiotas que ele falava, e ele sabia disso. Levantavam juntos, ela colocava suas coisas na mochila dele, e então seguiam seu destino. Ela se pendurava em seus braços, seus magrelos braços, e ele fazia brincadeiras com o peso dela, que ela odiava muito, mas não ligava nenhum pouco. Quando chegavam no seu "refugio", tinham o costume de chamar o jardim de refugio, logo saiam correndo até a àrvore de costume. Como ele era maior, sempre ganhava na corrida, e ela ficava para trás gritando e rindo, até ele parar para pegar fôlego, o habito do tabaco tinha lhe custado isso, então ela chegava com tudo e pulava em suas costas. Deitados em baixo da árvore começavam as conversas mais surreais que um casal poderia ter, coisas do tipo animais silvestres de estimação, as ofensas que ela iria usar contra as fãs dele, caso a banda dele ficasse famosa, dublagem de pessoas que estavam longe, nomes para os pássaros que ali passavam, quem venceria em um duelo entre o batman e homem-aranha, conversas sem nexo algum, mas que para eles era a melhor coisa do mundo. Quando o silencio chegava, por incrível que pareça ele chegava, ele deitava no colo dela e ficava olhando as nuvens, as nuvens signicavam muito para eles. Ali olhando as nuvens, o tempo desaparecia, ela ficava brincando com seu cabelo e observando o rosto concentrado dele tentando achar uma forma adequada para a nuvem mais próxima, sempre ele falava algo que não se encaixava, e ela dava um murrinho na testa dele, e ele ficava sem jeito, com cara de idiota, e ela adorava isso. Após comerem, eles seguiam em frente, gostavam de passar na igrejinha antes de voltarem embora, ficavam ali sentados na frente, assistindo o por do sol, era o momento preferido dela, sempre segurava a mão dele muito forte, encostava a sua cabeça no ombro dele e ficava olhando, momento perfeito que ele sempre estraga com algum comentário bem sem graça, que ela logo reprovava com um olhar bravo e boca contraída formando um biquinho, ele entendia aquela expressão e se calava na hora, então ela se voltava para o por do sol e continuava a contemplar seu momento perfeito. Na volta para casa, ela sempre pegava uma folha seca do chão, tinha varias folhas secas em casa, de todos os domingos, contava o tempo não por dias, nem por horas, mas sim por folhas, porque o tempo realmente importava ali, naqueles encontros de domingo a tarde. Os últimos momentos do dia eram sempre os mais tristes, ele se fechava e não falava nada, ela sentia isso e tentava anima-lo, mas ela também estava triste então logo desistia, então se abraçavam forte e seguiam quietos no começo da noite. Quando chegavam ao lugar de encontro que também era onde diziam adeus, ela subia no meio fio e se pendurava nele, trocavam beijos, carinhos e jurinhas de parzinhos, até chegar a hora triste, hora de partir, quando ele dava um ultimo abraço nela, e a troca de olhares, troca de olhares que nunca mente e que diz tudo. Ele pegava sua mochila, e ia embora, ela ficava ali observando ele dobrar a esquina novamente, com coração apertado, quando via que ele tinha desaparecido por completo, então ia embora, com lembranças, saudades e sua mais nova folha seca em mãos, mais uma para colocar junto com as outras, mais uma folha que servia de lembrança de dias perfeitos, dias vividos e dias sentidos.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

imayhavefailedyoubutyoufailedmefirst


Sempre tenho a tendência de perder antes mesmo de ter, tenho tudo pra ter, mas prefiro ir e perder, devo gostar do sentimento da derrota, do vazio, de ver algo meu escorregar pelos meus dedos, gostar de não ter nada. Não fui educado corretamente na ciência de vencer, não tive muitas experiências de vitorias, apenas muitos dias comuns e alguns dias de percas marcantes. Mas em mim, prefiro a sensação que a conquista proporciona, do que a satisfação do sonho, objetivo, desejo, ou como melhor se encaixe tal ato. Enquanto estou sonhando, estou conquistando, correndo atrás, tudo é sonho, tudo é perfeito, o final da estrada é o céu, e nele mora a mais perfeita harmonia, longe da imperfeição humana, lá tudo é bom, por isso tenho tanto anseio de chegar logo em meus objetivos, por mais minúsculo ou comum que sejam. Mas infelizmente, infelizmente mesmo, me decepciono rápido demais, com coisas insignificantes, mas que para mim significam muito, então o sonho que era o céu a primeira vista, se torna humano, comum, de fácil acesso, dai desisto e volto ao cotidiano, aos dias comuns. Se tenho uma vida demasiada chata, entediante, comum, sem planos ou desejos, não sou único culpado disso, metade da culpa é minha, por esperar demais dos meus sonhos, e metade da culpa é dos meus sonhos, por não tomar cuidado nos detalhes, e é sempre nos detalhes que um virginiano como eu olha primeiramente.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Próxima Solitária


I said, are you gonna be my girl?

domingo, 8 de junho de 2008

1979


Caras legais nunca tem chance.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Assistindo vocês.

Eu vejo varias vidas, varias pessoas ao meu lado, todos com suas proprias experiências e medos. Porém a grande maioria, sendo bem otimista, ainda vivem trancados na caverna. Estão felizes nela, ilusoriamente felizes, porém o fato de não saberem que sua felicidade é apenas um amontoado de sombras, torna essa falsa felicidade real, dando a vantegem para eles. Seus sonhos são basicamente os sonhos que o capitalismo impõe na sociedade, crescer, comprar, contemplar, consumir, procriar, se comportar e morrer. Por mais que eu tente, não vejo nada além de futilidades, e não posso culpa-los, ou posso? Mas isso não impede de haver uma união muito forte entre eles, os mediocres, como se soubessem do real valor dos sentimentos, sem ter consciência deles, isso é bem ironico.
Começa a chover, estou rindo das piadas do povo comum, queria ser como eles, mas agora é tarde para voltar atrás, estou tão acostumado com meu mundo que não iria me adaptar no mundo comum, do qual já fiz parte, do mundo que todos nós quando nascemos, estamos pré destinados a pertencer sem nos questionarmos. Mas gosto de estar na presença deles, é um escape para mim.
Ao meu redor agora, sinto potêncial em duas pessoas, porém vejo que estão acostumados com suas vidas normais de uma certa forma, que não sei se teriam forças suficientes para entrar em uma nova vida, se teriam coragem suficiente para nascer de novo. Eu mesmo, que estou na infância da minha , ainda não consigo ser forte o suficiente em determinadas situações.
Formar uma nova vida, digo nova no campo metafisico, é algo bem dificil. Bater de frente com a moral que desde de sempre está impregnada na sociedade, caminhar em uma rua onde respostas são como água no deserto, e perguntas como abelhas no mel, é bem perigoso. Mas é algo real, vemos a realidade que está lá fora, e isso faz com que nossa mente fique dependente de realidades. Então, bater de frente com as "realidades" que foram nos passadas por tempos e tempos, nos amedronta à primeira vista. Por isso a maioria não procura por nada, apenas aceita o que é imposto e bebem da falsa felicidade, e boa parte da minoria que conseguiu tirar o véu dos olhos e ver como realmente funcionam as coisas, desistem no caminho, por falta de força ou falta de compania.

domingo, 1 de junho de 2008

Simplesmente veja


Cheguei a conclusão de que tudo aquilo que é bom passa despercebido. As pessoas não estão acostumadas com coisas boas, não conhecem o que realmente é bom, o que realmente faz bem, então seus olhos não estão doutrinados a distinguir uma coisa boa quando vêem. E por ironia do destino, coisas boas estão nos lugares mais simples, nas coisas mais simples, nas pessoas mais simples, que estão ali sempre ao alcance de qualquer um que consiga perceber isso, mas estamos ocupados demais com coisas mais importantes, coisas mais valiosas, coisas mais "belas" que deixamos o bom ali, morrer sozinho, morrer pensado que não é bom. Por isso se você passa despercebido, faz algo que ninguém valoriza, se tem dias comuns, parabéns! Você é bom!