quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Don't Be Afraid


Um ano é muito e pouco tempo, nesse intervalo de treze luas, quatro estações, 365 dias, doze meses, pode acontecer muita coisa e coisa alguma, dependendo da maneira como decidimos levar a vida. Já tive alguns anos, não muitos para me auto intitular um velho e nem poucos para ver a vida ( pessoas ) com olhos de inexperiência. As pessoas que nos cercam, com toda certeza, influenciam demasiadamente no nosso dia-a-dia, umas mais diretamente e outras nem tanto. Claro que podemos ser prepotentes a ponto de bater no peito e dizer "não me importo com ninguém", mas isso seria uma grande mentira, todo mundo tem alguém cuja a opinião, afeto, sentimentos, lhe atingem, feliz e livre é aquele que não tem ninguém, mas ninguém mesmo! Mas estar ligado a pessoas não é de todo ruim, pelo contrário, quando estamos ligados as pessoas certas elas nos complementam, nos ajudam a seguir em frente nesse caos existencial que chamamos de vida. Porém, sempre existe um porém, ficamos a mercê dos mais próximos, nos tornamos frágeis, mesmo aqueles que se dizem "corações de pedra", é impossível não se apaixonar pelas pessoas que nos cercam no dia-a-dia, essa paixão da qual falo é a paixão de Cristo e não a paixão de Romeu e Julieta que fique claro, todo mundo tem um lado bom pelo qual nos encantamos, e com toda certeza teem um lado horrível, sujo, ruim com o qual temos que nos acostumar na maioria das vezes. O ser humano é uma mistura homogênea daquilo que chamamos de bem e mal, um pote onde todas nossas paixões estão misturadas, amor e ódio, humildade e arrogância, amizade e traição, generosidade e vingança, carinho e magoa, esses sentimentos estão todas na essência humana, e se aprendi algo na vida é que por mais que tentemos é impossível negar a essência. E sempre acabamos descarregando nossas paixões naqueles que estão por perto, ninguém maltrata um estranho na rua, assim como ninguém diz "eu te amo" para o mesmo estranho. Nós só sentimos falta, ódio, amor, saudade, raiva, pena, compaixão, carinho pelas pessoas que conhecemos, que fazem parte das nossas vidas, para o resto somos indiferentes, o resto é o resto, até o acaso nos levar até eles e transformar a até então indiferença em outro sentimento. E no decorrer de um ano acabamos magoando muita gente, ferindo com palavras aqueles que estão sempre ao nosso lado, por egoísmo, medo, ciumes, inveja, outras paixões que EXISTEM dentro de cada um de nós, mas negamos e tentamos escondê-las porque nossa tradição judaico-cristã rotula como sendo "más", não digo que sejam más nem boas, são simplesmente humanas, não tem como negá-las, mas tem como controlá-las, assim nos tornamos pessoas melhores, quando aprendemos a controlar nossas paixões, e direcioná-las nos momentos exatos e para as pessoas certas. E nesse intervalo de treze luas também fazemos coisas que são rotuladas como "boas", amamos, ficamos felizes pelos outros, sempre ajudamos alguém de perto esperando que essa pessoa se de bem em algum sentido, como já disse antes, somos uma mistura do que chamamos de bom e ruim. E nos últimos dias do ano começam as reflexões sobre tudo que ocorreu, mas o povo insiste em olhar a vida para fora, toda uma cultura capitalista, materialista, egoista acabou tirando o sentido do verbo "viver", não nego que ter dinheiro, status e ser desejado(a) não seja bom, é bom para "caralho", mas a vida não é só isso, na realidade essas coisas deveriam ser vistas como recompensa por aquilo que somos, e não por aquilo que temos, infelizmente tudo seguiu um caminho diferente, não vou dizer errado mas diferente e menos humano. A humanidade está perdendo o feeling a cada ano que passa, mas isso não nos afeta a não ser quando alguém de perto, alguém daqueles que consideramos, começa a se deixar levar, ou sempre foi assim e só agora começa a mostrar aquilo que sempre foi, quando isso acontece o afastamento é inevitável, principalmente para aqueles como eu que não querem se contaminar, não agora. Mas enfim, em um ano acontece muita coisa boa e muita coisa ruim, e na maioria do tempo não acontece nada, o que nos resta é aprender com todas nossas experiências e tentar ao máximo viver sem esquecer da essência, be yoursef, se não nos tornamos hipócritas, e se existe algo ridículo e de dar pena é uma pessoa hipócrita. Enfim, feliz ano novo para mim, para vocês, com muito crescimento espiritual, diversão e sorrisos, e muita musica. Que não faltem cigarros e cervejas, porque o caminho é longo e não iremos nos render, não hoje. =)



PS: Conselho em forma de enigma para 2009. " Cuidado, você vive entre humanos" ;D

sábado, 27 de dezembro de 2008

Eu poderia ser ...

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”


Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Doente.

Sinto que minha alma está doente, pede ajuda
grita desesperadamente pela cura, que insiste em não vir.
Já tentei várias terapias, filosofias, crenças, drogas, remédios
mas nada adiantou, tudo que tentei foi/é em vão.
Consigo conviver com essa doença, escondê-la, suportá-la
mas nada que tentei/tento consegue curá-la.
Ela machuca por dentro, corroi, arde, queima, arruína, fere
de uma maneira quase insuportável.
Minha alma doente anseia desesperadamente pela cura,
chora como criança longe da mãe, grita como amante abandonada,
e após o tormento de crise, se recupera como mulher largada,
que não morreu pelo acontecido, mas fica com sequelas para vida toda.
Talvez essa doença nunca vá embora, talvez não tenha cura,
diferentemente dos filmes que aliviam meu coração,
a cura não irá aparecer amanhã trajada de vestido, com sorriso meia boca,
então me resta suporta-la pelo resto da minha vida,
posto que ela não me matará e nem me deixará livre.