domingo, 31 de agosto de 2008


Está tudo planejado:
se amanhã o dia for cinzento,
se houver chuva
ou se houver vento,
se eu estiver cansado
dessa antiga melancolia
cinza fria
sobre as coisas
conhecidas pela casa
a mesa posta
e gasta
está tudo planejado
apago as luzes, no escuro
e abro o gás
de-fi-ni-ti-va-men-te
ou então
visto minhas calças vermelhas
e procuro uma festa
onde possa dançar rock
até cair.


(caio fernando abreu)





Vem comigo?

sábado, 30 de agosto de 2008

Nem tente, eu tento, ele não tenta


Se não for amor nem tente, não vale a pena! Se não tiver paixão, emoção, nem venha, pois eu não quero nenhuma esmola!
Quem vive de esmola de amor, de necessidade exagerada de companhia é de ser ter pena, muita pena! E não quero que tenha pena de mim, só quero que me queira, caso eu te queira primeiro! Do contrario não compensa, pois não vou te enganar que te quero, e não acredito que se aprenda a querer, paixão não é disciplina escolar, que você aprende na teoria, paixão nasce de olhares, encontros casuais, palavras e gestos, muitos gestos. Por isso se eu me apaixonar por você em um dia desses, eu te digo que te quero, e se você me querer ou sorrir pra mim, com cara de desentendida, eu farei valer a pena, do contrario nem tento! Tenho muita paixão em mim, guardada especialmente para nosso querer, onde farei valer a pena, para ambas as partes, e sei que vou encontrar o mesmo em você, que espera perto ou longe, não sei onde vou te encontrar mas sei que vou, só assim minha vida valerá realmente a pena!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008


Realmente não vivemos como queríamos viver, todo dia tem um ar de desejo misturado com frustração, um gosto de " eu poderia ". Quando acordamos para vida, e ela não sorri para nós, é ai que começa a caminhada árdua, árdua de verdade mesmo, não são só os problemas comuns que perturbam, antes fossem só eles! Mas os problemas mais metafisicos, que na minha opinião são os verdadeiros problemas, começam a encher a cabeça e tomar conta de todo pensamento. Dai nasce a revolta, arrogância, egocentrismo, raiva, ódio e muita pena, muita pena daqueles que não vêem isso, e o dobro de pena daqueles que podem ver isso. E realmente é impossível seguir em frente sozinho, mas é pior ainda seguir mal acompanhado, na realidade só é possível seguir em frente quando temos a companhia certa. Ou quando escolhemos seguir em frente sozinhos por opção, e não por falta de companhia.

domingo, 24 de agosto de 2008

Fotonovela


Ele diz, em pose de arrependimento: Acredite em mim, é a mais pura verdade!
Ela diz, em pose de inflexibilidade: Me engana que eu gosto. ¬¬

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Amor na Filosofia Existencialista


SARTRE: Simone, donde tanto gosto pelo nebuloso, já que o equidistante não alcançamos com a ponta dos dedos, já que na razão hão há lugar para o medo, já que a solução não está no primeiro parágrafo do livro dos segredos?

SIMONE: Não, Sartre, não há motivo para tal dúvida, posto que o que te perturba é a certeza, pois a tua miopia é a tua própria cegueira, já que não tens o olhar que direciona o aonde ir, já que o quer tu vês é tudo aquilo que mais ninguém quer olhar, por onde ninguém mais quer caminhar.

SARTRE: Mas, Simone, se olho e já não vejo, como será me encaminhar não mais para o teus ouvidos, mas para a tua boca e nela o beijo? Como dizer-te algo mais se as minhas palavras mutaram em arremedo daquilo que outrora eu dizia e que além do espanto causava medo, aquilo que atentava o demônio e aos anjos causavam ânsias de saltar do céu que às vezes é degredo?

SIMONE: Faz-me rir, meu doce e problemático filósofo. A tua tristeza mesmo forçada ainda teima em ser bela. Embora Carolina já nem esteja mais te esperando na janela, embora o teu lamento esteja um tanto fora de hora, embora para a tua senilidade haja apenas meu colo como esteira para a tua saudade, não tarde, pois quem sabe faz a hora.

SARTRE: Ó Simone, Simone de tantos porres, Simone de tantos goles, Simone de tantos gozos, o que tu dizes só aumenta o meu desconsolo, pois não me interessa mais teu colo ossudo, nem teus lábios moles, antes carnudos, nem teus seios mirrados, nem teu ventre fartamente usado. De ti só quero a fala, minha cara, a tua fala que flecha o meu anseio juvenil, a tua fala que me arrebata o peito vadio, a tua fala que cala a minha fala.

SIMONE: Se é minha fala que a ti interessa, antes que eu prossiga nela, posso fazer uma breve menção ao teu falo, então? Não, não falo-ei, pois ele agora dorme em falácias fáceis faroleiras, aliás, deve estar machucado de poeira, pois quase não fala não.Concluída essa breve intervenção, fico feliz que tu te felicites com a minha fala, pois mais que isso falo não.

SARTRE: Ah, Simone, quanta maldade a sua. Pois te esqueces que fui eu que fiz a mim mesmo, depois de mim, tu te assomaste a esmo na tua própria bravura. Se agora resta de mim esse pensador caolho, não podes auferir a ti mesmo essa derrocada, porque, tu foste apenas uma e talvez a derradeira, de todas as mulheres a que me dei e que me deram razão à carreira.

SIMONE: É hora de dar cabo a esse whisky, pois nosso papo já está virando disse-me-disse. Para concluir essa trajetória que toma rumos de tango, fale-me acerca da virtude dos orangotangos.

SARTRE: Sobre tal virtude, pouco tenho a declarar. Parece-me que eles continuam a dar vazão à sua sanha espetacular: bater, beijar, currar, beliscar, morder, lamber, acometer, mas tudo isso sem se submeter ao amar.

SIMONE: Putz!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Antes de tudo, somos a força da vontade


Tudo quanto a natureza compreende, o conjunto dos seus fenômenos, é absolutamente necessário e a necessidade de cada parte, de cada fenômeno, de cada acontecimento pode ser demonstrada em qualquer caso, desde que se possa encontrar a causa de que dependem como dua consequência. Isto não oferece exceções e resulta da autoridade ilimitada do principio de razão. Por outro lado, o mundo, em todos os seus fenômenos é objetividade da vontade, a qual, não sendo ela propria nem fenômeno , nem representação, nem objetivo, mas a coisa em si, não está submetida ao princípio de razão que é a forma de qualquer objeto: não é, portanto, o efeito duma causa, não é, por conseguinte, necessária, isso quer dizer que é livre.



Trecho de O Mundo como Vontade e Representação - Artur Schopenhauer

sábado, 2 de agosto de 2008

eu vou rir de você, enquanto você ri de mim


Como é bom acordar cedo e perceber a total decadência dos valores morais, a total inversão de valores. Coisas que deveriam ser de prioridade, valores realmente humanos são tratados como coisas fúteis, descartáveis, sem valor algum, e coisas fúteis, superficiais, de quinto sexto plano, são tratados com todo respeito e admiração. É uma decadência total na sociedade, uma desumanização inaceitável! O pior é ver a juventude atual se tornando cada vez mais alienada, fútil, vulgar, artificial e burra. O individuo chega em um grupo de pessoas e tenta puxar um assunto interessante, e é encarado de maneira assustadora " você é louco? retardado? doente? que me importa isso?", e as pessoas ali voltam a falar da roupa da Joana, porque a roupa da Joana sim importa, o resto é merda! O Ciclano chega em uma festa, entra em um grupo para se socializar, pois o objetivo das festas é esse, penso eu, tenta falar sobre coisas interessantes, atuais, e logo é ignorado, pois as pessoas ali estão mais interessadas na roupa que a outra ta usando, no carro que novo do Cabelo, se o Seco ta comendo a guria, se o Jucão vai "pegar" a Loira que dava pro Pedão da Padaria, enfim, a festa que era para ser um lugar para descontrair, rir, conhecer pessoas interessantes, se torna um campo de espionagem da vida alheia. Dai o cara tenta criticar tudo isso de uma maneira irónica, para não apanhar do povo, é encarado como um idiota, chega puxa um assunto interessante, é cortado, e ainda sai por OTARIO. Total inversão de valores, os otários, alienados, burros, ignorantes, tapados, estorvos que freiam a evolução da humanidade, apontam para aquele que ainda tem uma semente de esperança dentro si, e ficam rindo. Sendo que eles são o maior motivo de riso da sociedade.
A maior parcela de culpa é da classe média, porque dela deveriam sair os pensadores, os revolucionários, os bons políticos, pelo fato de não terem riqueza demasiada, e não sofrerem com necessidades básicas que a falta de dinheiro proporciona, eles tem tudo para ter consciência, mas são um bando de babacas alienados, fúteis que são levados a viver o " american way of life ", vivem de migalhas do capitalismo, são manipuladas pela moral de rebanho das religiões, estão tão preocupados com suas vidinhas que se esquecem de tentar algo para o bem comum da sociedade, " se foda os outros, quero saber do meu ", e tudo isso termina com um grande AMÉMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM.
Ai eu venho e te pergunto Jão, culpado é aquele que da merda para alguém comer, ou o cara que come a merda sem reclamar? Você vai me responder que pouco se importa, a sua vida consumista, alienada de animal irracional é mais importante que essa ladainha de bem comum, de mundo mais justo, que sentimento é coisa inventada para fazer enredo de novela e seriado, e que arte é coisa de vagabundo viadinho. Então eu te respondo, QUE INVEJA EU TENHO DE VOCÊ, CIDADÃO PODRÃO =/