terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cada macaco no seu galho


Quase ninguém percebe mas existe uma diferença gigantesca entre querer ser e ser, chega a ser um abismo sem fim. Todas as pessoas tem uma necessidade de ser algo, fazer parte de alguma coisa, ter uma identidade dentro de um certo grupo, andar entre seus iguais. Isso é essêncial na formação do individuo. Mas infelizmente alguns não conseguem se encontrar e pertencer a grupo algum, ou pior, tentar fazer parte de um grupo que eles se simpatizam, mas definitivamente não tem nada a ver mesmo! Cada grupo tem seus gostos, suas características, valores, qualidades e defeitos, quando algum perdido tenta pertencer a tal grupo e não trás consigo a bagagem necessária para se entrosar, não é aceito e tenta forçar a sua entrada, vulgarizando assim a sua própria imagem e a imagem do grupo. Auto conhecimento é tudo para aqueles que tem a necessidade de entrar ou pertencer a alguma coisa, fica muito estranho uma pagodeira, com corpo e fogo de pagodeira, metida a intelectual ouvinte de death cab for cutie, não combina mesmo, não que os pagodeiras não possam ouvir death cab, ao contrario prego demais a diversidade musical entre as pessoas, mas uma pessoa efusiva e expansiva não combina mesmo com o sentimento introspectivo que Ben Gibbard passa para seus ouvintes.
Esse contraste entre personalidade e tribo acontece muito, não é porque fulano acha bonito e legal a maneira como determinadas pessoas se vestem ou andam que ela realmente pertença aquele grupo, quando você realmente faz parte de uma tribo urbana, você o faz mesmo antes de conhece-la, pois está na sua personalidade é algo que faz parte de você, tentar fugir à sua essência só trás sofrimento. Por isso nada mais justo do que o velho ditado " cada macaco no seu galho"

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Me da um tapa na cara Creide!

Um fator que marcou a evolução humana é de fato a extrema facilidade de adaptação a diversas condições de vida. O ser humano se acostuma com tudo, clima, pressão, tédio e até com o sofrimento, isso mesmo até com a infelicidade. Quando esse ultimo acontece é um desastre. Imagine só você, acostumado com aquilo que te faz mal, que te deixa pra baixo, que faz o seu cotidiano se tornar um inferno. O pior é que tem muita gente assim, que quando tem uma oportunidade de melhorar, de se livrar desse mal, desse encosto "painho oxente", não o faz! Pelo simples fato de já estar acostumado com aquilo, de tal maneira que a falta de tal mal seria insuportável. Por isso já tem aquele ditado de vó costureira "ruim com ele, pior sem ele!"
O medo de mudar e começar algo novo, completamente diferente influencia muito também, sorte a nossa que existiram homens e mulheres de coragem, caso contrario estariamos morando em cavernas até hoje.
Essas pessoas acostumadas ao sofrimento, preferem a certeza de um mal do que a duvida de uma felicidade, ter medo de dar a cara a tapa, de parecer ridiculo, de sofrer, todo esse medo faz com que esse povo se agarre com unhas e dentes à suas quimeras internas impedindo qualquer mudança ou avanço.
Mas quem sou eu pra dizer alguma coisa! Pra finalizar vou deixar uma frase de um dos mestres da literatura brasileira do século XX Érico Veríssimo “desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo".

In a Safe Place


Se tem uma banda que eu não recomendo é album leaf, não escutem mesmo! Vocês não merecem ouvir, é divino demais para ouvidos acostumados com funk carioca!!
Brincadeiras a parte, In a Safe é altamente recomendado para momentos introspectivos e de reflexão, muito foda, me atrevo a dizer que é um dos cd's que marcaram minha vida, pelo menos hoje.

p.s: não colocarei link aqui, quem se interesar, caso alguem leia isso aqui, que vá atrás.


1.Window (3:44)
2.Thule (4:23)
3.On Your Way (4:31)
4.Twenty Two Fourteen (5:40)
5.The Outer Banks (4:23)
6.Over the Pond (4:55)
7.Another Day (4:21)
8.Streamside (3:34)
9.Eastern Glow (6:06)
10.Moss Mountain Town (9:22)

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Faça sua escolha


Toda escolha tem seu preço a ser pago, vai de cada um parar para pensar e ver se o preço pago pela escolha feita não é alto demais;

sábado, 23 de fevereiro de 2008

TV para cachorros e cachorras também

A forma como a midia controla o pensamento e o comportamento da sociedade é inacreditável! É capaz de eleger presidentes, aumentar a procura por religiões alternativas, dar ênfase a campanha contra as drogas e mostrar que o Rio de Janeiro não é um lugar perigoso! A invensão da televisão com toda a certeza mudou o comportamento da sociedade, e a criação de uma midia alienadora fez com que personalidade e conscientização ficassem em segundo plano, criando assim uma sociedade de zumbis da TV. Tudo isso somado ao sonho capitalista do consumo em massa faz com o que era ruim fique pior ainda, exemplo maior disso é a propaganda de cerveja, onde sempre tem praia, mulher bonita e gostosa e festa, chega a ser ingênuo até, mas percebemos nessas propagandas a imagem da cerveja sendo ligado a festa e diversão, e o povo passa acreditar que para festar é necessário ter bebida alcoólica!
A maneira como a TV faz o que quer com o publico é lamentável, daria pena se não desse revolta. Essa midia controladora é a maior culpada na formação dessa juventude fútil e alienada, que busca apenas imagem e estética, tudo isso para aumentar a busca pela beleza perfeita, fazendo com que a procura por roupas, produtos de beleza, objectos da moda seja em quantidades excessivas fazendo assim com que o capitalismo lucre mais, a futilidade almente, e a cultura e valores morais sejam deixados para depois da novela.
Até quem se diz contra o sistema ajuda a alimenta-lo, tem sua moda e estética, enquanto ideologia fica em terceiro ou quarto plano. Tudo isso com a grande ajuda da midia controladora, formadora de opiniões e zumbis. E o que fazemos para mudar isso? Compramos é claro, consumimos e alguns hipócritas tentam manter ainda atravéz de conversas ou textos medíocres um pouco de ideologia.
Claro que dentro da midia tem sua percentagem esclarecedora, que mesmo sufocada tenta formar cidadãos conscientes, com mais atitude e menos preguiçoso. Mas nem todos querem sair da caverna, infelizmente a maioria se sente bem ali, sentado olhando as sombras da verdade.

Lixo ou Lixo


Já pararam para imaginar a importância das lixeiras no nosso dia a dia? Elas são a ultima moradia daquilo que não é mais útil nas nossas vidas, para onde mandamos aquilo que está velho, que sobrou, que não tem mais serventia e principalmente aquilo que não tem mais o brilho de quando nós vimos pela primeira vez, mas isso é outra historia, estou aqui para tentar falar sobre as lixeiras.
Eu mesmo tenho uma paixão que chega a ser meio pansexual por elas, adoro fotografá-las, ficar observando suas cores gastas, e até me atrevo a chegar pertinho para ver o que tem dentro.
Agora nessa madrugada fresca, sem camiseta (ui que seqsi), me pergunto como seria se existisse uma lixeira para sentimentos, onde você pudesse chegar e jogar aquilo que ta te ferindo ou te machucando, assim como você joga uma casca de banana ou um papel amassado, qual seria a cor que colocaríamos nela? Ela ficaria ao lado direito ou esquerdo da orgânica? Teria um caminhão para pegar só esse tipo de lixo? Acho que teria sim, pois seriam eliminadas centenas de toneladas de tal produto, e para onde iriam? Será que teriam famílias revirando os depósitos à procura de algo que ainda seria útil? “ olha mãe, acho que essa paixão aqui ainda funciona!” ou “ pai vem ver esse sonho aqui, ainda ta bom”, industrias de reciclagem poderiam lucrar em cima disso, comprando sonhos que ainda podem dar certo em terceiros, paixões semi-usadas ou amores que foram jogados no lixo porque vieram com um defeitinho de fabrica.
É bem viajante tudo isso, mas enquanto não inventam tal utensílio que seria de ótima utilidade, temos que aprender a viver com esses sentimentos em nós mesmos, tentar transformar eles, ou até mesmo substituí-los, o que a grande maioria faz.

Eu me lembro muito bem!

Dia desses na rodoviária, Sebastian avistou de longe uma velha paixão colegial, na verdade sua primeira paixão. Logo ao bater os olhos naquela mulher, reconheceu sua primeira amada, e uma nostalgia logo sentiu. Ficou em duvida se chegava conversar com ela, afinal se passaram 15 anos desde a quarta série, talvez ela nem se lembre mais dele, das cartas que ele enviou para ela, dos olhares tímidos e sem jeito que eles trocavam no recreio, ou muito menos da desculpa esfarrapada que ele inventou para chegar falar com ela. Ali inerte, Sebastian tentava arrumar coragem não sabia da onde, desejou naquele momento que em vez de venderem coxinhas extremamente gordurosas naquela lanchonete da rodoviária, vendessem licor de coragem (se é que isso existia).
Após alguns minutos de vou ou não vou, resolveu que iria falar com ela, com Jaqueline, como esse nome soava bem, estava mais linda do que nunca, loira, olhos verdes, magra, sorriso mais lindo que já tinha visto, ainda tinha as mesmas características de garotinha do colegial toda meiga. Quando deu o primeiro passo em direcção à ela, algo gelou completamente seu estômago, o quê ele iria falar para ela? Lembrou então que tinha as três cartinhas dela até hoje, que às vezes em madrugadas solitárias, mexendo aqui e ali nas suas tralhas que guardava em caixas, ele se deparava com as cartinhas e relia, e sentia a mesma emoção, o mesmo frio na barriga de quando recebeu elas pela primeira vez, e junto com as cartas estava o chaveiro que ele tinha roubado dela no portão de entrada do colégio, guardava isso tudo com todo carinho e a sete chaves, eram lembranças inigualáveis para ele. Também pensou em perguntar sobre a Janaina, afinal de contas foi a Janaina que apresentou os dois e serviu de pombo correio a maior parte do tempo, lembra até hoje quando Janaina, que é prima dela, veio falar com ele que a Jaqueline achava ele o menino mais bonito da sala 7, para ele isso foi um espanto, nunca ninguém tinha dito algo semelhante para ele, sem ser da família, nesse momento se sentiu feliz, foi a primeira vez que teve o ego massageado por um elogio vindo de uma garota, uma garota linda ainda por cima, não que o elogio de garotas menos lindas não seja bom, mas elogios de garotas lindas são especiais sim, me perdoem a sinceridade.
De cara erguida e peito aberto foi indo em direção a Jaqueline, que estava com uma mala nas mãos, usando um belo casaco verde, como verde combina com ela, pensou Sebastian. Terminando seu quarto passo, ele parou, lembrou-se da maneira como tudo tinha acabado, na época ambos moravam numa cidade do interior, que tinha um cheiro horrível por causa de uma fabrica de papel e celulose, que gerava boa parte dos empregos da cidade. Por serem ambos inexperientes na arte do amor, não que isso tenha mudado em muita coisa para ele, ficaram se enrolando mais de meio ano, cartas que eram trocadas e algumas conversas no curto recreio da escola, estava indo tudo bem, ao passo de tartaruga, até que Sebastian teve que se mudar para outra cidade, isso tudo minou o namorico deles, teve uma despedida triste, com um abraço e nenhum beijo. Bem, 15 anos se passaram, e se ela se casou? E se encontrou o homem da sua vida? Logo riu sozinho e repetiu para si mesmo:
— Deixa de ser burro Sebastian, você vai dar um Oi para ela, e não pedi-la em casamento!
Então acelerou seus passos e abordou sua platónica paixão de infância:
Oi!
—olá?! Nos conhecemos?
— Sim! Da quarta série, da escola Marechal Arthur, eu era da sala da sua prima Jaqueline!
— Ah sim!! Você era o garotinho que trocava cartinhas comigo!
— Eu mesmo!
— Você mudou um pouco, na época não usava óculos.
— Pois é, a miopia veio com o tempo.
— Mas você fica bem de óculos.
— Obrigado. E sua prima, ela mora lá ainda?
— Ainda mora, trabalha em um consultório de advocacia e estuda Direito à noite.
— Legal, e você? Morando em nossa bela capital ecológica agora?
— Já faz cinco anos, acabei de passar duas semanas em Cascavel, estou aqui esperando meu namorado vim me buscar, mas como sempre ele está atrasado... e você?
Balde de água fria a parte, um instante de silêncio e lá vai:
— Bem, bem eu, eu também estou morando aqui, terceiro ano de faculdade e trabalhando.
— Que bom, aqui é bem melhor, amo essa cidade, clima, lugares, apesar de o povo ser bem fechado, não acha?
— Acho sim, bem melhor que nossa cidadezinha do interior.
— Meu namorado está vindo ali, então já vou indo. Adorei te reencontrar, como te disse, fica muito bem de óculos!
— Obrigado, também gostei de te rever.
— Então ok, até uma próxima e se cuida!
— Você também!
Tchau!
Tchau!
Sebastian sai meio desconsolado e frustrado, mas o que queria? Que após quinze anos ela pulasse em seus braços gritando bem alto que tinha esperado por ele todo esse tempo? Riu um pouco, comprou sua coca-cola de cada dia na lanchonete e foi em direção ao tubo do outro lado da rua pegar seu ônibus. Enquanto isso o namorado de Jaqueline perguntava a ela:
— Quem era aquele cara com você?
— Estudei com ele no mesmo colégio na quarta série, nem me lembrava dele.
— Legal.
— Nossa! Como sou desleixada! Esqueci de perguntar qual era mesmo o nome dele.........

orkut ou Vitrine


É impressionante a forma como o Orkut já faz parte do cotidiano de grande parte das pessoas, para algumas chega a ser a única atividade do dia. Como pode um simples site ter revolucionado tanto a vida da população? Digo isso pensando não só na questão de relacionamentos online ou entretenimento, mas comerciais também, quantas lan houses, syber cafés, lojas de informática estão surgindo a cada dia e lucrando um bom capital em cima da internet, em cima dos 15 minutinhos só pra ver quem deixo scrap.
No meio jovem então, alguns chegam a ter quatro ou cinco perfis, álbuns atualizados diariamente com fotos próprias ou não ( digo ou não, pelo fato de que após alguns vitne filtros do photshop não da para saber se é a mesma pessoa ), milhares de scraps ou nenhum, alguns preferem apagar por motivo de privacidade (?), claro! Porque existe privacidade até no orkut!
Isso tudo faz com que ele não passe de uma vitrine de pessoas, onde você cria um perfil, edita, põe algumas comunidades que descrevam sua personalidade, ou não, fotos, legendas, um about me comprido com frases de impacto para transparecer um pseudo-intelecto ou se preferir pode deixar em branco para ter um ar de mistério, após tudo isso é só esperar vim algum que se identifique com o rótulo do produto e com um click faça tudo começar.
O mal disso tudo é que o contato, o físico, olho no olho, está sendo deixado para segundo plano, horas na frente do computador clicando aqui e acolá no orkut são horas a menos para se ter contato com gente de verdade, não que as pessoas do orkut não sejam reais, mas quem está lendo esse texto, se é que alguém vai ler, me entende quando digo “gente de verdade”.
O nosso amigo das comunidades não é o único “vilão(?)” da história, tem seus comparsas também, MSN, myspace, fotolog, blogs, todos juntos são um grande mercado online de pessoas, todas ali se expondo com sorrisos, caretas, idéias, pensamentos, esperando um simples click, com esse click vai começar um assunto todo empolgante, gostos semelhantes, idéias iguais, horas sem parar de digitar, tudo isso para duas semanas depois se tornar mais uma carinha que fica ali no lado direito da tela co monitor quando você clica em home.
Aonde vai parar toda essa modernidade, alienação, imagem digital e pensamentos em bytes eu não tenho a mínima idéia, só sei que agora vou ali atualizar meu fotolog, porque o fato de eu ter consciência da minha hipocrisia não significa que quero deixar de ser hipócrita, por isso um aviso, só add com scrap e se for uma pessoa bonita.