quinta-feira, 27 de março de 2008

sempre aqui dentro


como posso te amar tanto assim?
Um dia com você é capaz de me deixar em estase,
seu aroma todo individual que mais nenhuma tem,
seu frio todo quente, suas caras e bocas, olhares que se vão com pressa
tentando atingir objetivos inalcançáveis,
sua beleza moderna em contraste com a riqueza do passado
seu clima fechado e chuvoso, úmido e romântico,
até seus pombos tem um ar todo arrogante de ser,
devem saber que se trata de você, e usam de todo seu respeito;
nas manhãs de inverno, quando acordas trazendo um frio forte com céu azulado,
cachecóis e moletons, luvas e tocas, fumaça dos cafés que só você tem,
é mágico aos meus olhos, nenhuma chega ao seus pés, nenhuma me toma tanto amor como você;
horas ao seu lado, andando sem rumo algum,
apenas olhando para calçada preta e branca, num tom gasto com o tempo,
ruas limpas e praças verdes, vento no rosto e seu barulho pessoal,
me lembro de quando éramos amantes na minha infância,
como você me ensinou a andar por labirintos imaginários,
da maneira que me indicou a arte do silêncio,
sinto tanta falta do seu frio forte, nas manhãs de junho
meu jeito solitário de ser, só tem sentido ao seu lado.
Fecho os olhos e me lembro do cheiro de pinhão cozido,
Esse que só você sabe preparar e vender nas praças e esquinas,
Do qual se compra pra ir comendo no caminho de volta pra casa
Caminho que é percorrido no ônibus vermelho que só você tem.
quando iremos voltar a ser amantes eu não sei,
espero que logo, até lá só me resta contemplar de longe sua beleza,
viver de lembranças e de saudade,
saudade de você minha pequena, que é mais um dos meus amores platônicos,
amores de um simples ninguém como eu;

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