sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ao meu amor, com carinho:


Finalmente consigo digerir a idéia de nunca mais te tocar, te beijar, sentir seu cheiro, seu gosto, deslizar meus dedos sobre sua pele macia, branca, beijar lentamente seu pescoço até ele ficar avermelhado, observar de perto as pequenas sardas que habitam seu rosco delicado, ingênuo, fofo. Vejo que todas as brincadeiras intimas só terão vidas em minhas memórias noturnas, que seus lábios nunca mais irão se abrir para dizerem o quanto me ama, me deseja, ou simplesmente para suspirar com meus beijos apaixonados. Nossos planos ficarão todos no papel, na teoria, todos nossos pequenos sonhos morreram antes mesmo de nascerem, prematuros, sofreram de uma morte precoce, foram destruídos, esmagados em um único ato animal, uma decisão de tesão matou toda história de amor entre eu e você. É difícil viver sabendo que tudo se tornou passado, utópico, platônico, dói na minha alma ver seus olhos me desejando ao mesmo tempo que me mandam embora, saber que sonhas comigo ao mesmo tempo que deseja apagar-me, dói demais te ver em mãos que não te tratam da maneira como eu tratava, machuca-me saber que quando fecha seus olhos às vezes lembra-se de mim e um frio logo bate em sua barriga, uma nostalgia gostosa nasce ao mesmo tempo que tentas espantar a lembrança de todo mal que eu te fiz, mal esse que terei que pagar pelo resto da vida, viverei com o fantasma do erro de ter perdido a única pessoa que demonstrou amor por mim através de um simples olhar. E nossa quimera eterna será viver sabendo que ambos não seremos felizes em outros braços ao mesmo tempo que não poderemos ficar juntos novamente.

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